contas cerâmicas, dimensões variáveis.
Trabalho participativo no qual o visitante é convidado a criar contas cerâmicas para formar um japamala que dará 108 voltas no chão em torno do seu próprio centro.
“Foi a força da simbologia do número 108 que nos motivou a produzir o maior japamala do Ocidente, talvez do mundo… nessa peça feita de contas cerâmicas de diferentes cores convidamos todos os que passaram pela Estação Cultural a produzirem bolinhas de argila. Acho que sozinhos produzimos mais de mil contas e os que passaram pela residência produziram outras mil. Sabemos que levaremos alguns anos para realizar as 108 voltas no chão, em torno do próprio eixo. Foi estranho criar um trabalho participativo em plena pandemia e, ao mesmo tempo, muito gratificante. Passamos algumas horas com os monges e os ordenados fazendo bolinhas e conversando sobre os mais diferentes assuntos, desde as práticas de zazen até os longínquos dias de retiro coletivo, os concorridos sesshins do mosteiro, além das aventuras do Daiju para introduzir o zen budismo na zona rural do Espírito Santo. Falamos de comida, de dietas, de consumo consciente, de viagens e da extraordinária recuperação do bioma Mata Atlântica no mosteiro. A visitação do público no dia do encerramento da residência foi comovente, apesar de todas as restrições, ter tido a chance de ver crianças, artistas, amigos e o público contribuírem para o progresso e o adensamento da instalação nos fez pensar sobre a sociabilidade como a grande característica da humanidade, que apesar de todos os reveses sempre ressurge.”
O Japamala segue crescendo entre 23 de julho de 2022 e 15 de janeiro de 2023 no 37º Panorama da Arte Brasileira – Sob as cinzas, brasa, com curadoria de Claudinei Roberto da Silva, Vanessa Davidson, Cristiana Tejo e Cauê Alves, no MAM SP, São Paulo, Brasil.