Por que um padeiro de Belém batiza seu negócio como PÃO COM ARTE? Ou uma academia de Madrid nomeia sua loja como MUSCLE ART? Ou ainda uma loja de lareiras na Suíça como ART FIRE? O que buscam esses comerciantes ao colocarem a palavra ARTE no letreiro de seus estabelecimentos comerciais? Estas imagens nos dão alguma pista para pensar qual é o valor da arte fora do seu sistema?
“O valor jamais é uma propriedade inerente aos objetos, mas um julgamento que os sujeitos fazem sobre eles”, já explicava Georg Simmel em sua “A filosofia do dinheiro”, de 1907. O sistema da arte habita nessa lógica capitalista na qual o valor de um objeto vai muito além de seu valor de uso e de troca. Sabemos também que esse valor simbólico é atribuído tanto ao objeto de arte e seu criador quanto ao seu consumidor, o colecionador e as instituições.
EM NOME DA ARTE é uma coleção infinita de fotografias de letreiros de negócios com a palavra arte, espalhados pelo Brasil e pelo mundo. A coleção foi iniciada em 2014 na Bahia e reúne mais de duzentas fotografias em alta resolução.
STATE OF THE ART is an excerpt of an ongoing collection currently counting on over two hundred images.
A Brazilian baker from Belém, a city situated in Para’s Amazonian estuary, names his bakery as Bread with Art [PÃO COM ARTE]. What do small-business owners seek with the word ART on their shop signs around the world? Is it merely the classical commodity fetishism of the goods sold? Is it to justify raising prices to cover high storefront rental costs and overhead? Or this worldwide behavior indicates a clue about which is the art’s value outside its own system?
Art has always been thought of as value carriers or with an incorporated value, but the notion of the work of art is nowadays singularly unsuitable for thinking about the most contemporary artistic production.
Initiated in 2014 in Bahia, STATE OF THE ART (Brazilian Portuguese title: EM NOME DA ARTE) is an endless collection of photographs made in numerous Brazilian cities and abroad.